Perseverança

 

- Palestra realizada na paróquia São Pedro e São Paulo durante a confraternização do Movimento de Cursilhos.

 

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PERSEVERANÇA

       Quando se pede a alguém para falar sobre perseverança, lá no fundo no fundo, esperamos que essa pessoa possua uma formula mágica que ajude o grupo a caminhar junto, a resgatar os afastados.

       - texto bíblico: Lc 24,13-35

      

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       O problema é que perseverança é um sentimento que não se aprende por imitação. Eu posso até admirar o trabalho e a dedicação deste ou daquele cursilhista, mas não compreender o que o leva a agir desta ou daquela maneira.

       A perseverança depende de uma Experiência.

      

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       Eu posso gostar de futebol, ser um bom torcedor, mas nunca ter feito a experiência de estar em campo. Um dia eu encontro um grupo de amigos e faço a experiência de jogar futebol. Se aquela experiência me agrada, atinge o meu sentimento, eu modifico o meu programa de vida, eu me adapto para que no próximo dia marcado eu esteja presente.

       E se novamente aqueles símbolos de amizade, fraternidade, alegria pautarem aquele encontro, eu já estarei programado para o próximo. Esse dia será tão importante na minha vida que se outro compromisso quiser ocupar esse espaço eu logo grito: “Opa, terça-feira é dia do meu futebol. Se eu deixar de bater a minha bolinha na terça, a semana toda será uma droga.”

       Para mim, o grupo se tornou importante, a mensagem do grupo veio ao encontro de um anseio existente dentro de mim. A maneira como o grupo disputa a partida me agrada: não há violência, respeita-se as limitações de cada um, ninguém ofende ou exige além do que cada um pode oferecer.

       A terça-feira passa a ser um dia esperado.

       No campeonato da vida, Reino e Anti-reino se enfrentam desde que o mundo é mundo. A formação de cada equipe é sempre a mesma.

 

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       O Reino joga com Amor, Justiça e Fraternidade, Solidariedade, Carinho e Diálogo, Ternura, Acolhimento e Compreensão, Honestidade e Respeito.

      

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       Já o time do Anti-Reino joga com: Ódio, Injustiça e Egoísmo, Falcatrua, Desonestidade e Desprezo, Vingança, Desrespeito e Fofoca, Incompreensão, Violência e Monólogo.

 

       ESTÁ CERTA A ESCALAÇÃO DOS TIMES?

 

       (- O time do Anti-Reino com um a mais.)

      

Por isso ele é o Pai da mentira. Até no computador alheio ele se mete.

 

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       O Movimento de Cursilho é uma das equipes do Reino que disputa o permanente campeonato da Vida. E cada um de nós, homens e mulheres somos os atletas dessa equipe.

       Por isso, durante 3 dias ficamos concentrados com nosso técnico Jesus Cristo treinando jogadas que podem dar a vitória ao nosso time. Disputamos uma verdadeira Olimpíada driblando a falta de tempo; demos um chapéu na falsidade; através de uma troca de passes rápidos vencemos a incompreensão e o desprezo e marcamos o gol do amor, da fraternidade.

       Depois de 3 dias de treinamentos intensos, de jogos disputadíssimos, saímos cansados, mas repletos de alegria e de esperança – temos capacidade para virar o jogo da vida.

       

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       Aí vem o 4º dia, e eu percebo que as coisas aqui fora não mudaram nada. Que os valores são os mesmos e bate o desânimo. O mesmo desânimo que abateu os discípulos de Emaús e os levou de volta à sua antiga vida. Não tinham feito a experiência de Jesus em suas vidas. Caminharam com Ele, conversaram, ouviram, viram, mas não o experimentaram.

 

Tela 8 - foto

       Mas um gesto de Jesus os havia marcado profundamente. E ao partir o pão eles o reconheceram. A experiência se realizou. Tornaram-se finalmente discípulos-missionários.

       O encontro na casa de Cursilho nos fez discípulos. Ouvimos Jesus, falamos com ele, participamos da refeição fraterna.

      

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       Agora, precisamos descobrir o quanto aqueles símbolos que nos foram apresentados nos atingiram.

      

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       Precisamos voltar para o Emaús do nosso dia-a-dia, atentos a Jesus que se manifesta na nossa vida; que nos convida a ser missionários.

       Muita gente espera encontrar na comunidade a continuação das palestras que ouviu na casa de retiros, os depoimentos.

 

Tela 11

       Igualzinho aos discípulos no Monte Tabor, diante da transfiguração de Jesus: Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas... As palavras de Jesus a Pedro, João e Tiago servem para cada um de nós, hoje. É preciso descer do Monte Tabor, há uma tarefa a cumprir.

       

Tela 12

       Durante três anos os discípulos ouviram Jesus, aprenderam, se emocionaram. Durante três dias nós também nos encontramos com Jesus, aprendemos muita coisa, nos emocionamos.

       Os discípulos ouviram a ordem de Jesus: Ide por toda a terra, a todos proclamai o evangelho. E eles foram. Para se fortalecer e levar avante a missão, se reuniam no cenáculo, nas aldeias, conversavam sobre suas experiências, partilhavam.

       Nós também ouvimos a mesma ordem e como os discípulos precisamos nos reunir, trocar experiências, partilhar, decidir o que fazer para que o  time do Reino seja vencedor.

       Se eu participei do encontro e sai da casa de retiros como os discípulos de Emaus, emocionado, mas esperando encontrar aqui fora uma outra realidade, eu preciso de ajuda.

       Rezem comigo: Vinde Espírito Santo...

       Quem vai renovar a face da terra? O Espírito Santo? Não. A face da terra será renovada, quando nós, que fizemos a experiência de um encontro com Jesus nos 3 dias do encontro, arregaçarmos as mangas, nos unirmos, discutirmos a realidade a nossa volta e aí sim, impulsionados pelo Espírito Santo, renovaremos a face da terra.

       Muitos cristãos se contentam em cumprir o preceito da igreja participando da missa dominical.

      

Tela 13

       Mas eu não sou apenas um torcedor de arquibancada; Jesus espera que eu seja um titular do time do reino. Um atleta que se reúne com os outros, para estudar as jogadas do time do anti-reino; para lembrar as instruções do mestre naqueles três dias de retiro e ensaiar jogadas que modifiquem a minha família, a minha comunidade.

       O 4º dia do cursilhista não pode ficar no saudosismo, no comentário emocionado de como foi aquele encontro. Isso é olhar para Jesus e ficar parado no Monte Tabor da nossa vida.       

       O 4º dia é o dia da descida, do retorno de Emaus, da ação. Do reencontrar os amigos, partilhar nossas limitações e buscar soluções juntos.

       Que bom que vocês estão aqui. Quem sabe esta nossa confraternização nos anima a irmos ao encontro dos nossos irmãos(as) que estão afastados e possamos resgatá-los.

       Seja louvado N.S.J.C.